Em 2040, 57% da força de trabalho será composta por profissionais com mais de 45 anos
A população brasileira – e consequentemente a forca de trabalho – está
cada vez mais velha. Esse fator, somado ao problema da escassez de
profissionais qualificados, vai fazer muito profissional de RH redefinir
o conceito de talento em sua empresa e rever as políticas e práticas de
gestão. Mas nem todas as companhias estão atentas a essa realidade.
Um estudo realizado pela consultoria PwC e pela Fundação Getúlio Vargas
apontou alguns dos principais desafios para a área de gestão de pessoas
neste cenário. A pesquisa ressalta que a retenção dos profissionais
mais experientes no mercado será necessária não apenas por questões
relacionadas ao equilíbrio das contas da Previdência Social, mas como
alternativa para a escassez de mão de obra especializada e sustentação
do crescimento econômico.
O problema é que 63% das companhias sondadas nessa pesquisa não
enxergam a força de trabalho mais velha como uma alternativa para a
escassez de talentos. Essa visão, segundo o estudo, se reflete na
ausência de práticas para atrair e reter profissionais mais experientes
nas equipes, já que 56% das companhias não possuem campanhas específicas
para contratação de trabalhadores nesta faixa de idade, e em 58% das
firmas a idade ainda é um fator relevante para definição dos candidatos.
“No Brasil, se fala muito em Geração Y, mas não sobre o envelhecimento
dessa geração”, Maria José Tonelli, uma das coordenadoras da pesquisa.
Para 94% das empresas, o lado mais positivo da contratação de tais
profissionais é a transmissão de experiência e conhecimentos úteis para
os mais jovens, mas para que isso se concretize no dia-a-dia
corporativo, algumas práticas devem ser adotadas pelas equipes. Exemplos
de tais medidas seriam atividades de treinamento e desenvolvimento
envolvendo diferentes faixas etárias (inexistentes em 45% das empresas) e
programas de mentoring (não adotados em 50% das organizações).
As pessoas com mais de 60 anos são reconhecidas como mais equilibradas
emocionalmente por 96% dos líderes sondados, além de serem considerados
os melhores em solucionar problemas por 86%.
Por outro lado, grande parte das empresas (63%) entende que os
profissionais mais velhos já estão acomodados em decorrência da
proximidade da aposentadoria. Essa visão pode estar equivocada, já que o
estudo da PwC e da FGV cita uma pesquisa feita pela Assoiação Americana
das Pessoas Aposentadas com o seguinte dado: 80% dos profissionais da
geração Baby Boomer esperam e desejam se manter ativos na carreira
durante a aposentadoria. Junto com a experiência e lealdade, esperam
trabalhar em condições que lhes permita ter autonomia e flexibilidade,
com jornadas de trabalho reduzidas e com a opção de home office.
Recomendações
Para as empresas que desejam revisar suas práticas de gestão para
acompanhar essas mudanças, o estudo numera alguns pontos a serem
observados. Um deles trata a integração dos profissionais mais velhos à
força de trabalho. Para isso, é preciso trabalhar a cultura da
companhia.
“Gerentes e empregados precisam ser educados sobre esses profissionais a
fim de não alimentar estereótipos e preconceitos nocivos. Percepções
inapropriadas – como a de que os mais velhos são menos produtivos,
inflexíveis e inábeis para aprender novas tecnologias – têm
tradicionalmente criado barreiras para a inclusão desses profissionais
no mercado”, diz o estudo.
Fonte: Você RH
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